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Lula está alinhado com sondagens internas do Planalto divulgadas à imprensa


| Por: Leopoldo Vieira |

A sondagem nacional de consumo interno do governo federal sobre a operação mais letal da história do Rio de Janeiro revela que 48% da população discordam dos 46% que a avaliaram como “necessária, mas positiva” — percepção que reforçaria o ponto de vista da direita na atual disputa política. Entre os 48% que manifestaram discordância, 24% apontaram falta de inteligência e coordenação na ação, 18% a consideraram “necessária, mas violenta” e 6% julgaram que a operação foi simplesmente desnecessária. Essas nuances indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em sintonia com as sondagens internas ao defender uma apuração independente sobre o que classificou como “matança”. Lula disse ainda que vai quebrar a espinha dorsal do crime organizado. Os dados foram revelados pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo.


(Reprodução/Internet)

Além disso, sobre se o governo Lula está preocupado em resolver o problema do Rio, a soma de “muito preocupado” (13%), “preocupado” (17%) e “mais ou menos preocupado” (17%) totaliza 47%, apenas dois pontos abaixo da soma de “pouco preocupado” (20%) e “nada preocupado” (29%), que chegam a 49%. Em relação ao número de mortes, 49% avaliam que foi um reflexo do combate ao crime, enquanto 43% enxergam falta de planejamento — diferença de apenas seis pontos, que reforça a leitura de um ambiente de disputa simbólica equilibrada.

Quanto aos 72% que aprovaram a operação, especialistas observam que é improvável que a maioria da população se oponha a uma megaoperação contra o crime organizado, destacando que as respostas dependem da formulação das perguntas. Segundo eles, o erro não é realizar tais ações, mas permitir que deixem de ser permanentes, coordenadas e orientadas por inteligência. *Ou seja, é preciso diferenciar sinal de apoio difuso à ordem e endosso específico à violência.*

Nesta terça-feira, o Palácio do Planalto obteve uma vitória significativa na "CPI do Crime Organizado", que será presidida pelo senador Fabiano Contarato, do PT. A comissão priorizará o rastreamento de esquemas de lavagem de dinheiro e da infiltração de facções criminosas em setores legais da economia — como o mercado financeiro, o setor de combustíveis e imobiliário, o garimpo e a indústria de bebidas, em consonância com o conceito de desarticular o “andar de cima” dessas organizações, cerne da narrativa governista.