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Tarifaço: establishment pode atravessar rua da soberania para a da anistia

A iminente entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros em 1 de agosto pode ser o gatilho para o realinhamento da elite econômica, política e militar brasileira em direção a reabilitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, em troca da despolitização da negociação comercial com os americanos. |

Enquanto o tarifaço não produzir efeitos práticos, o apelo da soberania deve constranger a cúpula do Parlamento, o grupo de grandes investidores e empresários conhecido como PIB e as Forças Armadas a convergir com o Palácio do Planalto, mas isso tende a desidratar se competir com a eventual deterioração das condições de vida da população, das empresas e do sistema financeiro, que também podem ser alvo de sanções

Como falamos, os apelos iniciais por uma "diplomacia cautelosa" embutiram um argumento para tornar o chefe do Poder Executivo brasileiro em obstáculo para o entendimento com a Casa Branca, apesar das manifestações de que não deve retaliar as sobretaxas imediatamente.


(Internet)

Já começaram as manifestações de descontentamento de agentes de setores afetados, da Faria Lima e do grupo de grandes empresários, banqueiros, agricultores, investidores e gestores conhecido como PIB. 

Primeiro, diante da imposição de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, uma decisão da Suprema Corte apontada como uma escalada desnecessária em conluio com o Palácio do Planalto. Depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria atrasado uma solução porque "elevou o tom" em busca de popularidade. Agora, por ainda não ter telefonado ao presidente americano, Donald Trump.

Recentemente, grandes gestores de investimentos anteciparam que, se os EUA conseguirem fechar acordos comerciais com todos os países tarifados, mantendo somente o Brasil com 50%, inevitavelmente o presidente Lula será responsabilizado. 

"TUDO O QUE É SÓLIDO..."

Enquanto isso, um encontro com o próprio Trump já foi ofertado aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para se consagrarem como solucionadores do impasse, segundo relatado pela imprensa. Em troca, abririam caminho para a votação da anistia aos réus de 8 de Janeiro, beneficiando Bolsonaro, e não resistiriam à tramitação dos pedidos de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


As Forças Armadas rejeitam um realinhamento com China e Rússia, que já procuraram o Brasil para oferecer tecnologia militar, mesmo se for para contornar restrições tecnológicas, de acordo com portais especializados no assuntos. Em paralelo, cresce a percepção de que há uma articulação internacional para a desestabilização institucional do Brasil, com envolvimento da CIA e anuência da Casa Branca, conforme analistas de política internacional.  

A lembrança do 8 de janeiro segue latente: na ocasião, a hesitação dos militares se deu após alertas de Jake Sullivan e Juan González, altos assessores do governo Democrata de Joe Biden. Com o Republicano Trump no poder, esse freio de contenção se dissolve.

Portanto, não será uma surpresa se a politização do tarifaço e de outras medidas contra o Brasil, com âncora em Bolsonaro, permanecerem como novo normal.