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Reação ao tarifaço, virada de Lula, Bolsonaros vs. Tarcísio

Olá, tudo bem? Esta é nossa seleção matinal das principais notícias do País, com avaliação de risco ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o Brasil se prepara para reagir ao anúncio do tarifaço americano, reiterado como politicamente motivado.


(Alex Silva)
🔺 Virando o jogo
A popularidade do presidente Lula voltou a subir (50,2%) e ultrapassar a desaprovação (49,7%), segundo pesquisa  AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira, o que é uma excelente notícia para o chefe do Poder Executivo nos embates a seguir, de acordo com analistas, sobretudo pelo ambiente polarizado.

🔻 Retaliação formal
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou para 50% as tarifas sobre diversos produtos brasileiros, ao adicionar uma sobretaxa de 40% aos 10% já em vigor desde abril. Com isso, o Brasil se tornou o segundo país mais atingido pelo tarifaço, atrás apenas da China, apesar de registrar déficit comercial com os americanos.

🔺Vitória política
O governo Lula vê ganhos pontuais com o adiamento da sobretaxa e a exclusão de produtos como aviões da Embraer, mas prevê imprevisibilidade de Trump. Destaque foi o encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, visto como sinal positivo.

🔺Pressão interna
A entrada em vigor das novas tarifas foi adiada de 1.º para 6 de agosto, abrindo suposto espaço para negociação. Além disso, cerca de 700 itens foram excluídos da medida, indicando que o governo Trump cedeu a pressões de empresários americanos prejudicados pelas barreiras aos produtos do Brasil.

🔺Interferência inaceitável
O presidente Lula divulgou nota oficial na noite de quarta-feira (30) em defesa da democracia e da soberania nacional diante de ações dos EUA contra a economia e o sistema de Justiça do Brasil. Lula declarou que o Brasil é uma nação soberana e democrática, comprometida com os direitos humanos, o multilateralismo e a independência dos Poderes, e classificou como inaceitável qualquer interferência.

🔺Marcha unida
O presidente também convidou os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma reunião no Palácio da Alvorada, como gesto de unidade frente às medidas de Trump. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, afirmou que busca evitar o acirramento do conflito.

🔺Juntos pela soberania
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, defendeu uma “solução equilibrada” para o tarifaço e saiu em defesa do Judiciário como pilar da soberania nacional. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, reforçou que o Brasil é um país soberano e que não aceitará sanções estrangeiras contra membros dos Três Poderes.

🔺Reação à altura
Estão em estudo ações contra as sanções dos EUA: na Justiça americana com base na Lei Magnitski, na Justiça brasileira ou em tribunais internacionais. A resposta depende da articulação do Executivo e da posição do ministro Alexandre de Moraes, do STF, alvo direto das medidas.

🔺"Vai sacudir, vai abalar"
Mesmo com as sanções, o STF mantém a previsão de julgar Jair Bolsonaro em setembro. O ministro Cristiano Zanin, que preside a Primeira Turma, reservará as terças-feiras do mês para o julgamento dos réus do chamado núcleo golpista.

🔺Quem manda?
Senadores brasileiros detectaram uma ofensiva liderada por Eduardo Bolsonaro para desgastar Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, junto ao governo Trump. A comitiva do Senado foi aos EUA para tentar reverter o tarifaço.

🟡 Um novo curso?
Interrompendo o ciclo de alta dos juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Taxa Selic em 15% ao ano, destacando a desaceleração do crescimento e incertezas causadas pela política comercial dos EUA. A decisão foi criticada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que pediu juros mais baixos para conter os impactos do tarifaço e da alta do IOF sobre a indústria.

🔻Amazônia na mira
A medida americana afeta especialmente o Pará, que responde por 90% da produção nacional de açaí, sendo os EUA o principal destino das exportações do fruto. A estimativa é que cerca de 300 mil trabalhadores paraenses possam ser atingidos pela nova tarifação.

🙌🏻 Boa quinta-feira!