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"Risco Flávio": Ibovespa cai 4,3%, dólar e DIs saltam com notícia de Flávio Bolsonaro pré-candidato


| Por: Lara Rizério, originalmente publicado no Infomoney |

2026 já começou? Após chegar a bater os 165 mil pontos durante a manhã, o Ibovespa afundou e fechou no patamar dos 157 mil pontos. O movimento começou no início da tarde, com a notícia do Metrópoles de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende lançar o filho Flávio Bolsonaro, senador pelo PL, como candidato à Presidência em 2026.

A notícia foi confirmada posteriormente, por volta as 16h (horário de Brasília), pelo próprio Flávio. “É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, escreveu o parlamentar no X.


(Reprodução/Internet)

Após a confirmação, a baixa se intensificou, com o índice fechando em baixa de 4,31%, a 157.369 pontos, a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021. Na mínima, o benchmark da Bolsa foi a 157.007 pontos – ou uma baixa de 8.029 pontos.

Com tal desempenho, a primeira semana de dezembro acabou com queda acumulada de 1,07%, ante acréscimo de mais de 3% até a véspera. No ano, o Ibovespa ainda sobe 30,83%.

A informação foi mal recebida pelo mercado, conforme destacaram três profissionais consultados pela Reuters, o que também fez o dólar ter ganhos firmes ante o real, o Ibovespa se firmar em queda e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) dispararem.

“Havia a expectativa de que ele endossasse um candidato apoiado pelo centro político, unindo forças para disputar a eleição contra o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. Um candidato com perfil mais moderado, que unisse essas forças, poderia ter uma chance maior de vitória e implementar uma agenda econômica reformista, o que poderia beneficiar o mercado financeiro e a situação fiscal do país”, avalia Danilo Coelho, economista, especialista em investimentos e MBA e Finanças pela FBNF.

Para o analista político Leopoldo Vieira, a reação do mercado indica temor de que a decisão favoreça a reeleição de Lula em 2026 e afaste apoios moderados e indecisos. A aposta de Bolsonaro, porém, é que Flávio ganhe musculatura política a partir de agora. Pesquisas recentes, no entanto, sugerem maior competitividade do governador paulista Tarcísio de Freitas e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro contra o petista.

“A decisão deve levar Tarcísio a disputar a reeleição ao governo de São Paulo, enquanto Michelle tende a concorrer ao Senado pelo Distrito Federal”, avalia o analista. A informação, aponta Vieira, sugere que Bolsonaro vê Lula menos competitivo do que o esperado pela oposição.

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“O mercado fez a leitura de que a candidatura de Flávio desarticula qualquer possível aliança mais ampla da direita. E com isso as chances de Lula para 2026 sobem substancialmente”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria FB Capital, acrescentando que houve um “movimento agudo especulativo”.

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