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Na ONU, Trump abraça Lula, marca conversa e sinaliza distensionamento

O presidente americano, Donald Trump, afirmou que abraçou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou ter sentido uma “química excelente” entre ambos e disse que deve conversar com ele na próxima semana. O aguardado encontro entre os líderes dos gigantes do Norte e do Sul era apontado como ponto alto da reunião em celebração aos 80 anos das Nações Unidas (ONU), em Nova York, onde ocorre a Assembleia-Geral da entidade.

“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Em retrospecto, fico feliz de ter esperado, porque essa coisa não deu muito certo, mas tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na próxima semana, se isso for de interesse. Mas ele pareceu um homem muito agradável. Na verdade, ele gostou de mim, e eu gostei dele”, disse Trump, que discursou logo após Lula.


(Ricardo Stuckert/PR)

Em discurso considerado histórico, Lula acusou os Estados Unidos de interferência política na soberania brasileira, defendeu o multilateralismo, convocou países a se engajarem no combate às mudanças climáticas e denunciou o genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza. Trump, em contrapartida, se apresentou como principal adversário global da chamada “agenda verde”, acusando-a de se basear em dados falsos — visão que cientistas classificam como negacionista — e de levar nações industrializadas à falência, sem que países como a China assumam responsabilidades efetivas. Ele também reafirmou sua política anti-imigração e conclamou a Europa a adotar medidas semelhantes, além de defender o enquadramento de organizações criminosas como grupos terroristas.

O eventual encontro entre Trump e Lula pode ampliar o isolamento do clã Bolsonaro, contribuir para pacificar o ambiente político no Brasil e abrir caminho para um novo acordo tarifário entre os dois países, aliviando a pressão sobre investidores e empresários, além de reduzir os impactos econômicos sobre a população.

Em atualização.