Pular para o conteúdo principal

Lula avança sobre o centro e classe média, diz pesquisa

Refletindo os protestos do fim de semana, a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 49% entre eleitores de centro e chegou a 51% na classe média , segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada nesta quinta-feira. O dado indica avanço fora da bolha lulista e confirma que o presidente está ampliando sua base para 2026.

No contexto geral, a aprovação atingiu 50% , enquanto a desaprovação recuou para 48% , apontando momento favorável ao Palácio do Planalto diante da rejeição recorde da Câmara dos Deputados: 70%, na sequência do arquivamento da "PEC da Blindagem" no Senado, segundo o levantamento. A aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF), visto como aliado do Executivo, também subiu após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando o isolamento do clã.


(Ricardo Stuckert/PR)

Após a "PEC da Blindagem" ser arquivada pelos senadores, o presidente Lula chamou a proposta de "vergonha nacional", disse que colocá-la em votação foi um "equívoco histórico" e que ela teve o destino merecido, em linha com o latente sentimento establishment da população. A fala ocorreu em coletiva durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). A produtora Paula Lavigne, considerada uma das principais mobilizadoras de artistas para as manifestações do último domingo, negou que elas tenham sido de esquerda, mas sim da sociedade civil. 

O deputado Eduardo Bolsonaro defendeu a medida, classificada por especialistas como a maior reação às leis contra crimes de colarinho branco desde que foram criadas. "Vocês é que estão desconectados do povo, emprenhados por narrativa da Globo e impressionados com artista fazendo micareta na rua", afirmou nas redes sociais — o que foi visto como uma crítica à manifestação contrária do governador paulista, Tarcísio de Freitas, que classificou a proposta como uma “desconexão com a vontade das pessoas”, buscando se descolar do desgaste do establishment político.

O Centrão não demorou a reagir à onda positiva do Planalto. Nesta quarta-feira, o relator da anistia “light”, Paulo Pereira da Silva, anunciou que seu parecer incluirá Bolsonaro, que deve ser beneficiado com redução de pena e possibilidade de prisão domiciliar. "Paulinho da Força", como é conhecido, alertou que, sem acordo para votar a anistia na próxima terça-feira, a reforma do Imposto de Renda (IR) não será pautada na quarta — declaração imediatamente rebatida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que garantiu a votação. O PT não aceitou acordo nem pela anistia, nem pela reforma na dosimetria. No mesmo dia, o senador Flávio Bolsonaro antecipou o apoio do clã à candidatura presidencial de Tarcísio.

A pesquisa Pulso Brasil/Ipespe ouviu 2,5 mil pessoas em todo o Brasil entre os dias 19 e 22 de setembro, marcando um contexto favorável ao governismo.