Nesta segunda-feira, a sinalização de uma candidatura presidencial pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para grandes investidores e empresários, impactou favoravelmente o dólar à vista, que fechou em baixa de 0,15%, a R$ 5,4145, segundo analistas do mercado financeiro, tamanha a expectativa da Faria Lima em uma "mudança de regime" no Brasil.
O Ibovespa subiu 0,04%, a 138.025 pontos, beneficiado também pelos papéis de grandes companhias nacionais com participação estatal, como Petrobras (+0,12%) e Vale (+0,24%), mas limitado por elas, como a queda do Banco do Brasil (-2,2%), em meio a especulações de que a instituição poderá falir sob consequências das sanções americanas.
(UOL/Reprodução)
O mercado ainda reagiu positivamente a uma nova pesquisa Focus, que reforçou a queda das previsões de inflação por analistas consultados pelo Banco Central (BC), fortalecendo a tendência de queda de juros (taxa Selic) no Brasil.
AVENIDA FARIAMINION?
O cenário ideal da maioria dos Farialimers é um ambiente econômico com câmbio estável, juros mais baixos, inflação equilibrada e crescimento moderado, a ser garantido pelo cumprimento do arcabouço fiscal até 2026 e submissão de Brasília ante o tarifaço americano. Assim, Freitas herdaria condições para, caso eleito, aprovar um ajuste fiscal estrutural sobre o salário mínimo, previdência, assistência e pisos constitucionais da educação e saúde, além de retomar uma agenda econômica privatizante e redutora do Estado iniciada pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Para isso, Faria Lima e Freitas esperam contar com a base parlamentar do Centrão, bloco turbinado com emendas parlamentares que defende sua candidatura com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaristas, porém, dizem que o líder da direita brasileira é capaz de levar sozinho um nome raiz ou comprometido com sua anistia ao segundo turno, para o que pode receber endosso de Washington, independentemente do establishment local.
Freitas prometeu "40 anos em 4" se assumir o Palácio do Planalto, contudo, mais do que a euforia da bolsa, precisará conquistar o mesmo do eleitorado, pois ainda perde para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, e do clã Bolsonaro, que, assim como a Casa Branca, aguarda o Centrão bancar sua briga no Congresso.