Pressionado pelas pesquisas de opinião pública recentes, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, se comprometeu com a aprovação da proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) e da Medida Provisória (MP) "Plano Brasil Soberano", com respostas do País ao tarifaço americano. As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira, em evento dos veículos O Globo, Valor Econômico e CBN.
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Alinhado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Motta disse que a economia, os empregos e a soberania do Brasil estão em jogo, o que considera inegociável. O deputado também afirmou que, embora sem data de votação, a reforma do IR, prioridade do Palácio do Planalto, deve chegar muito forte ao Plenário, em virtude da articulação de seu relator, Arthur Lira. As compensações foram bem debatidas e o texto que saiu da Comissão Especial deve ser a versão aprovada, de acordo com o presidente da Câmara.
O posicionamento de Motta acontece em meio a informações de que uma bomba fiscal estaria sendo preparada contra o Palácio do Planalto, ativada por meio da derrubada das compensações fiscais extraídas dos super ricos. Nesta quarta também, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse à imprensa que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, colocado como possível candidato da direita à presidência em 2026, é contra a taxação de super ricos.
Em paralelo, Motta pautou o "pacote da blindagem" para esta quarta, seguindo um roteiro que culminaria na aprovação de uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus por tentativa de golpe violento em 8 de Janeiro, como antecipou o líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante.
Por isso, analistas especulam se a aprovação da reforma do IR não seria ela mesma uma compensação para o eventual avanço da anistia, o que ocorreria em meio ou depois de superado o "pacote da blindagem", o que ajudaria a destravar a negociação com a Casa Branca sobre tarifas e sanções, na visão de investidores e empresários. Por outro lado, a votação do IR impulsionaria a popularidade do presidente Lula, associando as soberanias nacional e popular.