A semana foi marcada por um cenário global caótico, com tarifas comerciais, sanções, terremotos, instabilidades técnicas e mais politização nos mercados. O Ibovespa fechou a semana com queda de 0,8%, a 132.437,39 pontos, pressionado por incertezas econômicas e por um apagão momentâneo nos índices da B3, enquanto o dólar acumulou baixa de 0,3%, em R$5,54.
Na quinta-feira, o mercado reagiu negativamente às pesquisas Atlas/Bloomberg e Datafolha, que apontaram melhora da percepção sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no enfrentamento do conflito comercial com os Estados Unidos.
O resultado foi interpretado como um fortalecimento político de Lula, com possível manutenção da competitividade para 2026. Isso gerou desconforto no mercado financeiro, provocando alta de 0,19% no dólar, cotado a R$5,60, e queda de 0,69% no Ibovespa, fechando a 133.071 pontos.
A produção industrial mostrou sinais de desaceleração, refletindo tanto os juros altos quanto o ambiente global incerto. Apesar disso, alguns setores conseguiram se destacar.
Mesmo com a queda no minério de ferro, a Vale (VALE3) teve desempenho positivo, com bons resultados no trimestre. Empresas do setor de alimentos e proteína animal também reagiram bem: frigoríficos como JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) registraram valorização, assim como algumas varejistas de capital nacional. A Marcopolo (POMO4) surpreendeu o mercado com forte valorização após divulgar resultados operacionais muito acima do esperado.
Na contramão, os bancos, como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), e a Petrobras (PETR4) frustraram o mercado com resultados mistos e impacto da queda no preço do petróleo. Já as siderúrgicas, como Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3), também enfrentaram perdas após apresentarem lucros menores e prejuízos atenuados no balanço do último trimestre.
Nos Estados Unidos, dados fracos do mercado de trabalho — com destaque para o payroll decepcionante — abalaram as expectativas de crescimento. A demissão da chefe de estatísticas do Departamento do Trabalho pelo presidente Donald Trump aumentou a instabilidade.
Ele também pressionou o presidente do Federal Reserve (FED) por cortes emergenciais nos juros, o que resultou em queda dos principais índices de Wall Street, mesmo com bons resultados da Apple (AAPL). O agravamento das tensões militares entre EUA e Rússia adicionou calor ao clima geopolítico tenso.